domingo, 22 de setembro de 2013



Crase


Temos vários tipos de contração ou combinação na Língua Portuguesa. A contração se dá na junção de uma preposição com outra palavra.
Na combinação, as palavras não perdem nenhuma letra quando feita a união. Observe:
• Aonde (preposição a + advérbio onde)
• Ao (preposição a + artigo o)
Na contração, as palavras perdem alguma letra no momento da junção. Veja:
• da ( preposição de + artigo a)
• na (preposição em + artigo a)
Agora, há um caso de contração que gera muitas dúvidas quanto ao uso nas orações: a crase.
Crase é a junção da preposição “a” com o artigo definido “a(s)”, ou ainda da preposição “a” com as iniciais dos pronomes demonstrativos aquela(s), aquele(s), aquilo ou com o pronome relativo a qual (as quais). Graficamente, a fusão das vogais “a” é representada por um acento grave, assinalado no sentido contrário ao acento agudo: à.
Como saber se devo empregar a crase? Uma dica é substituir a crase por “ao” e o substantivo feminino por um masculino, caso essa preposição seja aceita sem prejuízo de sentido, então com certeza há crase.
Veja alguns exemplos: Fui à farmácia, substituindo o “à” por “ao” ficaria Fui ao supermercado. Logo, o uso da crase está correto.
Outro exemplo: Assisti à peça que está em cartaz, substituindo o “à” por “ao” ficaria Assisti ao jogo de vôlei da seleção brasileira.
É importante lembrar dos casos em que a crase é empregada, obrigatoriamente: nas expressões que indicam horas ou nas locuções à medida que, às vezes, à noite, dentre outras, e ainda na expressão “à moda”.  Veja:
Exemplos: Sairei às duas horas da tarde.
À medida que o tempo passa, fico mais feliz por você estar no Brasil.
Quero uma pizza à moda italiana.
Importante: A crase não ocorre: antes de palavras masculinas; antes de verbos, de pronomes pessoais, de nomes de cidade que não utilizam o artigo feminino, da palavra casa quando tem significado do próprio lar, da palavra terra quando tem sentido de solo e de expressões com palavras repetidas (dia a dia).




quinta-feira, 19 de setembro de 2013

Aprenda a diferença entre \"que\" (pronome relativo) e \"que\" (conjunção).

Saber classificar a palavra "que" é imprescindível para se compreender os mecanismos de funcionamento da língua portuguesa.
CASO 1: A palavra "que" é chamada de pronome relativo, quando equivale a o qual, a qual, os quais, as quais. Veja os exemplos abaixo:
Exemplo 1: O homem que fuma, vive pouco.
Exemplo 2: O homem, que é um ser racional, vive pouco.
No exemplo 1, diz-se que o pronome relativo "que" é restritivo, pois inicia uma oração ("que fuma bastante") que se refere a um homem em particular, específico, e não a todos os homens, de forma universal. Especificar, particularizar, significa restringir.
 No exemplo2, diz-se que o pronome relativo "que" é explicativo, pois inicia uma oração ("que é um ser racional") que se refere, não a um homem específico (restrito); mas a todos os homens, a toda a humanidade.
CASO 2: A palavra "que" desempenha a função de uma conjunção, quando, geralmente, vem antecedida de um verbo e não equivale a o qual (s), a qual (s). Veja os exemplos abaixo:
Exemplo 3: Percebi que ela estava triste.
Exemplo 4: Vem, que eu te quero.
Nestes dois exemplos, observe que os termos que antecedem a palavra "que" são verbos. Em nenhum desses casos, a palavra "que" equivale a o qual, a qual, os quais, as quais.
É claro que a palavra "que" pode assumir outras funções morfológicas além dos dois casos citados. Porém, as duas funções mais frequentes são a de pronome relativo e a de conjunção.

Portanto ou por tanto

As duas hipóteses existem na língua portuguesa e estão corretas. Contudo, são palavras com significados diferentes, devendo ser usadas em situações diferentes. A palavra portanto indica uma consequência ou uma conclusão de uma ação anterior. A sequência por tanto indica uma quantidade ou um valor indeterminado.

Portanto é uma conjunção coordenativa conclusiva com significado de logo, por conseguinte, por isso. É utilizada em ligação a uma oração anterior indicando uma consequência ou uma conclusão dessa primeira ação. Deverá ser usada com vírgulas.

Exemplos:
Portanto:
Já fizemos todo o trabalho. Você já pode, portanto, ir embora.
Aquele atleta tem ficado sempre em segundo lugar. Portanto, terá que treinar mais para ser campeão.
Este livro é muito caro e, portanto, não o poderei comprar.

Por tanto é uma sequência formada pela preposição por e pelo adjetivo ou pronome indefinido tanto. Por tanto indica uma quantidade, valor, quantia, porção,… indeterminada.

Exemplos:
Por tanto:
Você pode ficar com estes apontamentos da matéria por tanto tempo que você precisar.
Por tanto incentivo que me foi dado por minha família, hoje sou uma pessoa segura.

sexta-feira, 13 de setembro de 2013

Imagens,linguagem coloquial



Qual é a diferença entre "Demais" e "De mais"?

"Demais"  pode ser advérbio de intensidade, com sentido de “muito”; aparece intensificando verbos, adjetivos ou outros advérbios:
  • Aquilo nos deixou indignados demais.
  • Estamos bem até demais.
"Demais"  também pode ser pronome indefinido, equivalendo a “os outros”, “ao restantes”:
  • Acabamos deixando aos demais a liberdade de escolha.
  • Os demais membros do clube reivindicaram o aumento das mensalidades.
"De mais"  opõe-se a de menos. Refere-se sempre a um substantivo ou pronome:

  • Não vimos nada de mais em sua atitude.
  • Havia candidatos de mais para o número de vagas oferecido.

Diferença entre “mal” e “mau”

Há uma regrinha bastante simples para diferenciar as duas palavras:
A palavra “mal” é antônima de “bem”, enquanto a palavra “mau” é antônima de “bom”.
Na tirinha abaixo, a personagem Susanita utiliza corretamente o termo mau humor, oposto de bom humor.






É importante ainda lembrar as três classificações gramaticais da palavra “mal”:

*Mal – substantivo
O bem sempre vence o mal.

*Mal – advérbio
Nosso time jogou muito mal.

*Mal – conjunção
Mal entramos no estádio, saiu o gol.
Nesse caso, mal é uma conjunção subordinada adverbial temporal, que dá o mesmo sentido que “logo que”, “assim que”.

Diferença entre “onde” e “aonde”

Onde = que lugar, em que lugar, qual lugar.indica permanência, uma idéia estática, o local em que se encontra ou ocorre algo. Vem normalmente acompanhado de verbos que indicam estado ou permanência.

Exemplos:
Onde você está?
Alguém sabe onde fica o MASP?
João estava perdido, não sabia onde deixar o documento
De onde você está teclando?
Não sei onde ele estava e nem perguntei
Afinal, onde você mora?
Na tirinha abaixo, Calvin usa corretamente a palavra "onde": 

















Aonde = a que lugar, para onde. É a junção da preposição “a” + onde. Dá a ideia de deslocação. Vem normalmente acompanhado de verbos que indicam movimento como ir, chegar, retornar, voltar e outros.
Exemplos:
Aonde você vai a essa hora?
Aonde nos levará esse trem?
João ficou perdido, simplesmente não sabia aonde ir
Faz dois anos que saiu de Minas, aonde deverá retornar no próximo semestre.
Não sei aonde você quer chegar com essas atitudes.
Há lugares aonde não se deve ir só.

É importante frisar que a palavra “onde” dá a ideia de lugar. Muitas vezes ela é usada erroneamente em lugar de “em que”, “na qual”.
Ex: Há momentos onde me sinto perdido.

Nesse caso, a forma correta é “Há momentos em que me sinto perdido”, pois não há a ideia de lugar físico.
Na linguagem coloquial é comum verificarmos o uso das duas formas de forma indiscriminada, porém na norma culta há de se ter a devida atenção.